Documentário celebra legado de Milton Gonçalves e encerra trilogia sobre grandes artistas negros

Chega aos cinemas nesta quinta-feira (6) o documentário Milton Gonçalves – Além do Espetáculo, dirigido pelo cineasta carioca Luiz Antônio Pilar. A produção, exibida recentemente na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, presta homenagem a um dos nomes mais importantes da dramaturgia e do cinema brasileiro.

Natural de Monte Santo de Minas, Milton Gonçalves (1933–2022) construiu uma carreira marcada pela versatilidade e pela força de suas interpretações. Foram mais de quatro décadas de trajetória na televisão, com papéis memoráveis em novelas como Irmãos Coragem, O Bem-Amado, Escrava Isaura, Roque Santeiro, O Rei do Gado, A Favorita e América. Também brilhou em minisséries como Chiquinha Gonzaga e As Noivas de Copacabana, além de atuar como co-diretor na série Carga Pesada.

No cinema, Milton estreou em 1958 e participou de produções marcantes nas décadas de 1960 e 1970. Seu papel como protagonista em Rainha Diaba (1974) lhe rendeu três prêmios de Melhor Ator — no Festival de Brasília, no Troféu Governador do Estado e no Air France de Cinema — ao interpretar um personagem inspirado em Madame Satã. O ator também esteve em clássicos como Eles Não Usam Black-tie, O Beijo da Mulher Aranha, Um Trem para as Estrelas, O Que É Isso, Companheiro? e Orfeu.

Nos palcos, destacou-se com a peça Bandeira 2, reafirmando seu talento multifacetado.

O novo documentário encerra a trilogia dirigida por Pilar dedicada a grandes artistas negros brasileiros, iniciada com Candeia e seguida por Lima Barreto, ao Terceiro Dia. Em Milton Gonçalves – Além do Espetáculo, o diretor celebra não apenas o artista, mas também o homem que abriu caminhos e transformou a representação negra nas artes do país.