Disponibilizar apoio emocional para que os colaboradores estejam atentos à doença auxilia na criação de um ambiente mais socialmente responsável e saudável nas empresas 

Entre os cânceres, o de mama é o que mais atinge mulheres no Brasil, com altas incidências da doença principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Em 2022, foram 66.280 novos casos, o que representa uma incidência de 43,74 casos a cada 100.000 mulheres no país.  Em menor quantidade, o câncer de mama atinge também pessoas do sexo masculino. Os dados são do Relatório Anual divulgado em 2022 pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer). Anualmente, o Outubro Rosa é utilizado como um período de conscientização sobre os cuidados, que devem ser físicos e psicológicos, mas nas empresas a preocupação com a saúde do colaborador ocorre ao longo de todo o ano.

Por isso, é preciso saber como trazer conscientização e prevenção, bem como, acolher quem está enfrentando o câncer de mama.

No Brasil, as mulheres eram 44,21% das que estavam ocupadas em trabalhos em 2021, segundo a última Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), elaborada pelo Ministério do Trabalho. Ou seja, elas eram 21,5 milhões do total de 48,7 milhões de vínculos ativos. “As mulheres estão inseridas em uma série de desafios quando se trata de mercado de trabalho, como as desigualdades salariais e de cargos, a dupla jornada de trabalho e as questões de ordem física e mental. Neste sentido, as empresas podem criar campanhas internas que ajudem as mulheres a driblar os conflitos, além de terem apoio emocional na luta contra o câncer de mama”, convida Liana Chiaradia, especialista em saúde mental e fundadora da Guia da Alma, healthtech especializada em promover soluções de saúde mental para pessoas e empresas.

Para Rodrigo Roncaglio, fundador e CEO da Guia da Alma, “a conscientização dentro das empresas e o interesse na saúde da equipe pode ser decisiva para o diagnóstico precoce do câncer de mama. E se há condições clínicas para que a pessoa permaneça no trabalho, é preciso estar preparado também para oferecer segurança psicológica e de trabalho às mulheres, como flexibilidade de horários, bons suportes de saúde e um ambiente acolhedor nas equipes”. Ele reforça ainda que, ao perceberem a preocupação genuína dos empregadores com seu bem-estar, a tendência é que os colaboradores se sintam valorizados e motivados por estarem em uma empresa humanizada e socialmente responsável.

Impactos emocionais

Muitas mulheres deixam de fazer o autoexame por não terem como um hábito na rotina, e por conta do medo do diagnóstico. Ao receber um diagnóstico de câncer de mama, entre as principais angústias estão o medo quanto aos riscos de morte e os efeitos do tratamento em características socialmente construídas como femininas, como os seios e o cabelo. Para lidar com essas questões durante o diagnóstico e tratamento há alguns caminhos importantes: acesso à informação qualificada, ter um grupo de apoio e suporte terapêutico profissional.  “Essas ferramentas ajudam a mulher na construção da confiança e autoestima necessárias para o tratamento”, comenta Liana.

Ideias de ações nas empresas

As ações das empresas quanto ao Outubro Rosa podem ser tanto internas, como palestras e benefícios corporativos, quanto externas, como campanhas de doações para organizações de cuidado e tratamento do câncer de mama e saúde da mulher. “O diagnóstico precoce é essencial para prevenção e aumenta as chances de recuperação”, lembra Liana. Neste sentido, a empresa pode oferecer benefícios que dão acesso gratuito ou com descontos a exames e médicos ginecologistas, além de pensar no suporte mental com possibilidade de terapias, como as oferecidas na Guia da Alma.

As palestras têm um importante papel informativo sobre o câncer de mama. “Na Guia da Alma, trazemos dicas de autocuidado e autoconhecimento emocional e físico para as mulheres através de palestras e ações coletivas. São conteúdos práticos que auxiliam no cuidado do dia a dia”, diz a fundadora. Um exemplo é conscientizar sobre a importância do autoexame, e dos sinais que indicam a necessidade de buscar suporte médico, além da importância do apoio emocional e de hábitos saudáveis.

O Outubro Rosa, além de levantar o debate sobre o câncer de mama entre os colaboradores, é um momento estratégico para pensar em ações que extrapolam o escritório e chegam a outros espaços. As empresas podem engajar os colaboradores com equipes que levem recursos como alimento ou cabelo às instituições, na escolha das instituições beneficiadas e com doações financeiras da própria empresa como apoio à causa.

A psicóloga lembra que Outubro Rosa, assim como outras campanhas como Novembro Azul e Janeiro Branco são importantes para conscientização, mas o cuidado com a saúde física e mental deve contar com ações para o ano todo nas empresas.

Sobre a Guia da Alma 

A Guia da Alma é especialista em soluções de saúde mental para pessoas e empresas e fornece uma plataforma de terapias como benefício corporativo. A startup também conecta terapeutas a clientes de todo o país para terapia online, conteúdo para ampliar o conhecimento dos brasileiros sobre saúde mental, tudo isso através de alta tecnologia desenvolvida na própria startup.