Leonardo Donizetti de Moraes afirma que foi tratado de forma discriminatória por ter participado da investigação sobre a gestão do Pronto Socorro.
O vereador de Guaxupé, Leonardo Donizetti de Moraes, usou o grande expediente da 7ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal, realizada nesta segunda-feira (17/03), para relatar um suposto tratamento diferenciado que teria recebido na Santa Casa de Misericórdia de Guaxupé. Segundo o parlamentar, a situação estaria ligada à sua participação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a gestão administrativa e financeira do Pronto Socorro da instituição.
De acordo com Léo, a experiência vivida por ele e por seus familiares nos últimos dias foi “terrível e horrível”, destacando que o atendimento médico e da equipe de enfermagem foi adequado, mas que a abordagem de seguranças e de membros da administração da Santa Casa foi marcada por um tratamento diferenciado, que ele considera uma retaliação pela CPI concluída no fim do ano passado.
O vereador relatou dificuldades enfrentadas no hospital, especialmente após sua mãe sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ser internada na unidade de saúde. Ele destacou que não recebeu a mesma assistência que outros cidadãos costumam ter em hospitais de outras cidades e que, em vez de ser recebido por um profissional de assistência social ou um médico, foi abordado por um segurança que o colocou para fora do local.
“O nome ‘vereador’ hoje na Santa Casa está sendo tratado de forma diferente. Me senti pessoalmente prejudicado por ser vereador e por ter participado da CPI”, afirmou Leonardo Donizetti, mencionando que enfrenta obstáculos para acompanhar sua mãe na internação.
O vereador reforçou que sempre procurou colaborar com a Santa Casa, inclusive destinando emendas impositivas para a instituição. No entanto, segundo ele, após a conclusão da CPI, percebeu que seu nome passou a ser tratado de maneira hostil dentro do hospital. “Fiquei assustado com essa situação e quero deixar registrado para me resguardar, porque se eu precisar da Santa Casa, quero ser tratado como qualquer outro cidadão”, concluiu.
CPI da Santa Casa
A CPI da Santa Casa de Guaxupé investigou possíveis negligências e irregularidades na gestão do Pronto Socorro Municipal durante a legislatura passada. O relatório final, apresentado em 19 de dezembro de 2024, foi encaminhado para diversos órgãos de fiscalização. O Ministério Público Estadual foi acionado para garantir que o setor de pediatria cumpra normas do Estatuto da Criança e do Adolescente e investigar suspeitas de improbidade administrativa na gestão do hospital. O Ministério Público Penal foi acionado para analisar eventuais crimes cometidos por médicos, como omissão de socorro e irregularidades em prontuários. Ao Tribunal de Contas da União e do Estado foi indicada a realização de auditorias sobre o uso de verbas públicas e contratos suspeitos. O Conselho Regional de Medicina foi acionado para investigar infrações éticas de profissionais da saúde apontadas no relatório.
O relatório também foi encaminhado para a Secretaria Municipal de Saúde, Conselho Municipal de Saúde e atual Comissão de Saúde da Câmara de Guaxupé para acompanhamento do convênio entre o hospital e o município.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal de Guaxupé